APOCALIPSE - Poema de Rosário Bissueque
Além do umbigo cortam-se os laços, os amores continuaram a arder sem se ver, quanto mais agente cresce, mais perde a metade do pouco que tem, o amor, a amizade, a idade até mesmo a própria vida. Alguns vem levam os nossos bens e não nos deixam bem, já fomos presos, emigramos, imigramos, milhares tortos e outros mortos. A esperança é lavrada e enterrada na certeza do amanhã num mundo sem cura onde se sobrevive de prevenção sem prosperidade. A lição ensina apenas a jogar, não sei quem ensina a defender porque o tempo só sabe passar, não sei se um dia haverá reencontro, porque a vida é uma viagem, é um caminho, é uma passagem, é uma estação de comboio. Amigos cresceram, milhares emigraram e outros tomaram oque tiveram a tomar além de decisões. Portas fechadas e estradas assombradas, agora sem maneiras de voltar a casa. O sol e a lua cruzaram-se normalmente, a linha do expoente escapou e o desenvolvimento é calculado, mas agente vive perdidamente. É O APOCALIPSE. Poema de Ros